O que é o Sistema Crânio-Sacro?
O sistema sacro-craniano é um sistema fisiológico que é essencial para o funcionamento do corpo tal como o são os sistemas respiratório e circulatório.
Este sistema foi descoberto pelo osteopata William G. Sutherland nos anos 20 tendo dado origem à osteopatia craniana nos anos 30 e à Terapia Sacro Craniana nos anos 70.
Nos anos 70 o médico John E. Upledger durante uma cirurgia para remoção de uma placa de cálcio depositada na meninge duramáter numa vértebra cervical, observou a pulsação rítmica desta meninge que teimosamente dificultava a cirurgia.
Depois de muita pesquisa, Dr. Upledger comprovou que os ossos do crânio mantêem a sua capacidade de movimento até a idade adulta - um conceito previamente aceite somente para crianças.
Curiosamente o Dr. Upledger nesta posição controversa levou a seu trabalho a uma equipa de anatomistas, fisiologistas, biofísicos e bioengenheiros da Faculdade de Medicina Osteopática da Universidade Estadual de Michigan, onde atuou como professor de Biomecânica e pesquisador clínico de 1975 - 1983. Eles foram incumbidos de provar ou não o movimento dos ossos cranianos.
A equipa do Dr. Upledger confirmou a existência do movimento dos osso do crânio e atingiu medições precisas da frequência e amplitude de movimento osso craniano.
Outras investigações lideradas pelo Dr. Upledger provaram a hipótese da duramáter craniossacral e líquido cefalorraquidiano estarem integrados num modelo abrangente do sistema cranio-sacro, tal como o estudo das técnicas para avaliar e tratar as membranas durais.
O sistema sacro-craniano é um sistema hidráulico semi fechado contido numa robusta membrana (a duramáter), a qual envolve o cérebro e a espinal medula.
Este sistema tem a função importante de produzir, colocar a circular e de absorver o liquido céfalo-raquidiano, liquido este que envolve, protege e cria o ambiente fisiológico no qual o cérebro e o sistema nervoso se desenvolvem, vivem e funcionam.
A produção e circulação deste liquido obedece a um ritmo chamado ritmo sacro-craniano o qual tem uma frequência de entre 6 a 12 ciclos por minuto, que pode ser sentido em todo o corpo e o qual é usado para detectar alterações à circulação deste liquido dando assim indicações aos terapeutas sobre a evolução do tratamento.
Apesar do ritmo ser sentido em todo o corpo e poder ser igualmente influenciado em todo o corpo, normalmente trabalha-se mais sobre os ossos do sacro e da cabeça uma vez que é aí a duramáter se fixa.
O objectivo é libertar as restrições existentes quer ao longo do corpo quer ao longo da duramáter as quais se opõem quer à circulação do liquido céfalo-raquidiano quer à boa comunicação do sistema nervoso com o corpo o que impede a boa recuperação do corpo ou o seu correcto funcionamento.
É de salientar que hoje em dia a Terapia Sacro Craniana já começa a fazer parte do curriculo da Osteopatia e a ser usada por muitos osteopatas mesmo em Portugal.
Os osteopatas defendem que o processo de nascimento pode causar disfunção craniana que pode ser manifestada em sintomas somáticos, um dos quais é o choro excessivo da infância, sem causa aparente. Disfunção craniana pode ser determinada avaliando o impulso rítmico craniano ( CRI ) .
Os Osteopatas formados em Osteopatia cranial e/ou Crânio-Sacra estão treinados para sentir os movimentos do crânio.
"The cranial rhythmic impulse and excessive crying of infancy"
Este estudo foi realizado num centro médico e num colégio de medicina, no departamento de Pediatria.
OBJETIVO:
O objetivo do seguinte estudo consistiu em analisar se um CRI anormal está associado com o choro excessivo de infância. A amostra consistiu em 139 crianças.
CONCLUSÕES: Estes dados sugerem que um CRI anormal às 2 semanas de idade, pode ser associado com o choro excessivo.
Kotzampaltiris, P., et al. (2009). The cranial rhythmic impulse and excessive crying of infancy. J Altern Complement Med. Apr;15(4), pp. 341-5.
Author information
Department of Pediatrics, Jacobi Medical Center, Albert Einstein College of Medicine, Bronx, NY 10461, USA.
Abstract
BACKGROUND: Osteopathic physicians believe that the birthing process causes cranial dysfunction that may be manifested in somatic symptoms, one of which is excessive crying of infancy. Cranial dysfunction can be determined by assessing the cranial rhythmic impulse (CRI).
OBJECTIVE:
Full-term infants in the well-baby nursery of an urban public hospital in the Bronx, New York were enrolled. Two (2) osteopathic physicians independently measured the CRI in infants before discharge. One (1) osteopath repeated the CRI measurement at 2 weeks. At 6 weeks, an investigator blinded to the CRI and birth data assessed infant crying using the modified Ames Cry Score via telephone interview with the primary caretaker. The caretaker was also asked about maternal stress, use of home or cultural remedies, and the infant's diet. The main outcome measure was the presence of excessive crying.The objective of this study is to examine whether an abnormal CRI is associated with excessive crying of infancy.
DESIGN:
RESULTS:
One hundred and thirty-nine (139) patients were included in the final sample. The overall incidence of excessive crying was 41.7%. Excessive crying was associated with an abnormal CRI at 2 weeks (p < 0.001) but not with the CRI at birth (p = 0.23). Infants with an abnormal CRI at 2 weeks were 6.8 times (95% confidence intervals 2.2, 20.6) more likely to develop excessive crying than infants with a normal CRI. Infant diet was independently associated with excessive crying. Inter-rater agreement for CRI measurement was 0.70 using the kappa statistic.
CONCLUSIONS:
These data suggest that an abnormal CRI at 2 weeks of age may be associated with excessive crying.
These data suggest that an abnormal CRI at 2 weeks of age may be associated with excessive crying.
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